sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Reforma Agraria


Encontro estadual de Agroecologia do MLT movimenta Agricultores do estado
Nos dois dias do encontro, debates e partilha de experiência foram o que  impulsionaram a busca por uma agricultura familiar sustentável e socialmente justa

Agricultores, pesquisadores e militantes da luta pela terra se reuniram em no povoado Pontal, em Indiaroba, no Encontro Estadual de Agroecologia do Movimento de Luta pela Terra (MLT).  O evento foi realizado entre os dias 28 e 29 de julho com o apoio da Associação de Cooperação Agrícola dos Assentados da Região Sul (Ascosul) e do Ministério do Ambiente atraves do PDA ( Subprogama de projetos Demonstrativos) que teve como objetivos ampliar a discussão de novas práticas sustentáveis de lidar com a produção agropecuária e reunir os agricultores para troca de experiências sobre o tema.“Esses espaços são indispensáveis para nos sensibilizarmos sobre a importância da agroecologia, que nada mais é que o jeito correto de produzir alimentos”, destaca o pesquisador Edmar Siqueira, presidente da Embrapa Tabuleiros Costeiros e que abriu o evento com uma palestra que incentivou os agricultores presentes a pensar nessa forma de plantar e colher sem agredir a natureza. Para ele, criar cada vez mais espaços para esse debate é a forma de reverter o modelo de produção vigente no Brasil, que possui milhões de hectares de terras degradadas.

 Essa opinião é compartilhada por José Paulo Vicente, pesquisador da Fundação Osvaldo Cruz que também apresentou novas perspectivas no encontro. Ele reforça que é preciso disseminar e capitalizar essa proposta de resgate da tradição camponesa, não apenas para garantir a produtividade a longo prazo, mas para assegurar a segurança alimentar e a saúde de produtores e consumidores do campo. “O modelo atual promove a exclusão, a concentração e causa danos ambientais, além de agravar a questão da pobreza, que é um grande agente no processo saúde/doença”, avalia o pesquisador.


 O encontro contou ainda com palestras de Kátia Souto, coordenadora do Departamento de Gestão estratégica do Ministério da Saúde, que veio apresentar a política nacional de saúde no campo e na floresta, que é baseado no modelo agroecológico de produção. Ela destacou que, apesar do avanço do modelo do agronegócio, extremamente nocivo e com apoio político, é possível reverter com as melhores práticas de lutadores e lutadoras do campo e da floresta pela consolidação do modelo sustentável e economicamente viável de garantir a segurança alimentar das famílias brasileiras. 

Os outro palestrantes do encontro foram o vice-presidente nacional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Luciano Brunet e o Superintendente do INCRA/SE que explicaram sobre as políticas do órgão para os assentados. De acordo com dados da Embrapa e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a agricultura familiar é um das principais fontes de alimentos do país e do estado. São cerca de 90 mil estabelecimentos de agricultura familiar em Sergipe, o que corresponde a 90% dos estabelecimentos agropecuários do estado. Aproximadamente 84% da mão-de-obra do campo está nesses estabelecimentos, que ocupam 48% da área cultivada. 
A agricultura familiar responde ainda por 96% da produção de mandioca, 95% da produção de feijão, 78% do arroz em casca, 79% do milho em grão e 78% dos suínos no estado e é responsável por 68% do valor bruto da produção agropecuária sergipana. Por isso, estimular uma alternativa de agricultura familiar socialmente justa, economicamente viável e ecologicamente sustentável é tão importante para a segurança alimentar das famílias do campo e da cidade, não apenas em Sergipe, mas em todo o Brasil.
 Ao final do encontro foram anunciados pelo INCRA a implantação de Sistema do abastecimento de água do Projeto de Assentamento 07 Brejos ( Licitação em andamento) um montante R$ 700 mil para apoio a projetos que venham gerar autonomia financeira das mulheres assentadas e a desapropriação da Fazenda Várzea do Carrapicho para implantação do Projeto de Assentamento, onde serão assentadas 34 familias.

 Estiveram presentes ao encontro o Presidente da CTB/SE ( Edival Goes) e o Presidente da Cooperafir ( Genival Alves de Arruda)
Fonte: MLT

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